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GRD 1 | Educação democrática e Ensino de História: saberes, trânsitos e espaços
Fernando Penna (UFF)
Fernando Seffner (UFRGS)
Robson Ferreira Fernandes (EB/SC)
O GRD agrega trabalhos de pesquisa e relatos reflexivos em ensino de História que explorem a importância de uma cultura escolar marcada pela educação democrática. Tal diretriz estimula atividades que explorem o pluralismo democrático, a valorização do pensamento científico, a garantia do direito à educação, o diálogo com as culturas juvenis e o compromisso com as proposições pedagógicas de caráter emancipador. Aceitam-se trabalhos que se debrucem sobre o percurso escolar na educação básica e no ensino superior, em suas diferentes modalidades de oferta, bem como experiências de ensino de História em outros contextos, como museus, memoriais, espaços de exposição, aulas abertas, oficinas livres, ambientes virtuais. Privilegiam-se trabalhos em que se analisem, a partir de estudos de caso ou de tradições teóricas, as muitas relações possíveis entre políticas públicas de educação; diretrizes e metodologias do Ensino de História; liberdade de ensinar; direito à educação; gestão democrática da escola; direitos humanos; estado laico e liberdades laicas; diálogos entre famílias, escola e religiões acerca da educação dos jovens; a escola como território do aprendizado da antidiscriminação e da luta contra os autoritarismos; questões em gênero e sexualidade; educação das relações étnico raciais; abordagem de temas sensíveis; ações que discutam os perigos dos negacionismos.
GRD 2 | Trânsitos no Ensino de História: conexões, saberes e espaços em perspectiva decolonial e intercultural
Elison Antonio Paim (UFSC)
Cyntia Simioni França (UNESPAR)
Helena Maria Marques de Araujo (EB/CAP-UERJ)
Os princípios educativos do neoliberalismo vêm sendo difundidos diariamente pelas mídias corporativas na forma de dogmas fundamentalistas, revestidos como “evolução natural” da vida moderna; testemunhamos a proliferação das fakenews como dispositivos de fabricação de “verdades” que alimentam e orientam as escolhas políticas de segmentos populacionais aprisionadas nas redes sociais da tecnologia virtual. Ao mesmo tempo em que se cultua o protagonismo do “indivíduo” e do individualismo de estilo neoliberal, percebemos uma série de hostilidades e agressões ao pensamento social crítico e às ciências em geral, em prol de uma apologia da ignorância e de paradigmas racistas e de regimes ditatoriais, além de um forte apelo a um anti-intelectualismo constatado na sedução de professores/as e jovens estudantes por discursos fascistas. Vemos ainda que nos países que adotaram as políticas neoliberais, seguindo as orientações dos tradicionais organismos internacionais controlados pelo capital financeiro, houve maior concentração de riqueza e aumento da desigualdade social. Na América Latina, estamos testemunhando, desde os anos iniciais do novo século, um estado de convulsões sociais, disputas polarizadas, eleições de presidentes da ultradireita, Amazônia em chamas, negação da história e violências que desestruturam a ordem social e provocam novas migrações.
Nessa perspectiva, esse GRD se propõe a acolher pesquisas, experiências de ensino e reflexões em espaços formais e não formais sobre estudos no campo do ensino de História em perspectiva decolonial/intercultural. Nossa interlocução pretende priorizar estudos e diálogos decoloniais/interculturais no universo da América Latina, Caribe, África e Península Ibérica, contemplando conhecimentos em ensino de ensino de História nos espaços formais, informais e não formais.
GRD 3 |
Ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental
Andréa Giordanna Araujo da Silva (UFPB)
Cassiane Ramos Marchiori (IHGB/ES)
Diana Melo Silva (EB/AL)
Esse GRD configura-se como espaço de discussão e partilha de professores/as licenciados/as em História e em Pedagogia, que ensinam e/ou pesquisam o ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental (regular ou EJA). Este intercâmbio é necessário porque oficialmente o licenciado em história não está habilitado para o trabalho com os anos iniciais do ensino fundamental. Por outro lado, dentre os cursos de licenciatura, certamente, a Pedagogia é a que acumula o maior conjunto de questões para reflexão: a) formação teórica X instrumentalização pedagógico-didática; b) formação humanista X treino utilitarista; c) desempenho técnico X participação política; d) formação científico-cultural e político-pedagógica ampla X (des)conhecimento de conteúdos disciplinares específicos. Além das questões históricas que provocam questionamentos sobre a identidade profissional do pedagogo, temos hoje uma perspectiva de que o trabalho docente, nos anos iniciais do ensino fundamental, caracteriza-se prioritariamente pela prática de alfabetização. Deste modo, a principal habilidade para prática da docência no ensino fundamental seria a capacidade de saber alfabetizar e garantir o desempenho estudantil nas provas de avaliação. Neste cenário, o conjunto de saberes associados às disciplinas de ciências humanas, especialmente à História, é secundarizado, limitado e ou abordado com pouco teor científico no currículo dos anos iniciais. Assim, o GRD pretende refletir sobre o esvaziamento da formação e atuação crítica e propositiva dos(as) professores(as) dos anos iniciais e conhecer os movimentos de resistência, de autoria e de reinvenção do trabalho docente realizado nas áreas do Ensino de História e no campo da Educação, acolhendo trabalhos que abordem o ensino de história tanto nos anos inicias do ensino regular, quanto na Educação de Jovens e Adultos.
GRD 4 |
O trabalho educativo na sala de aula: diálogos sobre ensino de História, currículos, práticas docentes e materiais didáticos
Arnaldo Pinto Junior (UNICAMP)
Felipe Dias de Oliveira Silva (EB/MG)
Silene Ferreira Claro (UFNT)
Ensinar história é uma atividade complexa e multifacetada, marcada por diversos atravessamentos. Uma via para pensar essa práxis se dá nas intersecções entre História, Educação e alguns de seus objetos: materiais didáticos, iconografias, currículos, formação docente, história pública e digital etc. Tais relações contribuem com a construção de uma comunidade disciplinar expressa em múltiplos âmbitos, entre interesses compartilhados, disputas internas e externas por status, legitimidade e recursos. Assim, eventuais controvérsias envolvem a atribuição de sentidos éticos e estéticos à docência em História. Todavia, sem que a comunidade se encontre apartada das dinâmicas socioculturais em geral. Desse modo, compreendemos nosso trabalho enquanto professores-pesquisadores do ensino de História face aos desdobramentos de diferentes esferas, por vezes concorrentes entre si: prescrições curriculares, gestão dos sistemas educativos, políticas públicas e cotidianos escolares. Consideramos, ademais, memórias, identidades e práticas docentes concebidas, compartilhadas e representadas em numerosos contextos como tessituras constantemente evocadas entre esses meandros. À vista disso, docentes, estudantes e pesquisadores são frequentemente desafiados a reelaborar nas salas de aula os atributos constituintes da disciplina em questão - balizando também os significados do tornar-se humano no tempo histórico. À luz de tais problematizações, nosso GRD objetiva refletir sobre esses processos, colocando em diálogo movimentos de investigação e experiências ligadas às tarefas pedagógicas. Portanto, convidamos à partilha de pesquisas, projetos de extensão, relatos de experiências e dilemas do nosso ofício, conectados aos elementos mencionados.
GRD 5 |
Ensino de História e suas interfaces com os Museus e o Patrimônio Cultural
Carmem Zeli de Vargas Gil (UFRGS)
Lucinei Pereira da Silva (EB/MG)
Este Grupo de Reflexão Docente (GRD) configura-se como espaço plural cujo objetivo é ampliar o diálogo entre o Ensino de História, os Museus e o Patrimônio Cultural. Neste sentido, acolhemos estudos que dialoguem com a crítica ao museu e ao patrimônio cultural como sendo espaços que ainda reproduzem a lógica colonial e eurocentrada e, também aqueles que ampliem as reflexões sobre os modos de ser e fazer de povos originários, quilombolas e da comunidade LGBTQIA+. Serão aceitos também trabalhos sobre memórias traumáticas; releitura e reconfiguração de exposições e acervos propostos por sujeitos invisibilizados; experiências pedagógicas com acervos, coleções, patrimônio imaterial, percursos na cidade, patrimônio indígena, afro-brasileiro, memória LGBTQIA+, quilombolas na interface com o Ensino de História. Em suma, o GRD privilegia uma diversidade de pesquisas e práticas em sala de aula alinhadas com perspectivas teóricas e metodológicas que possam fissurar os discursos hegemônicos.
GRD 6 |
As fontes no ensino, na pesquisa e na extensão: múltiplos olhares e diversas perspectivas para a produção do conhecimento histórico
Daviana Granjeiro da Silva (EB/PB)
Luana Carla Martins Campos Akinruli (UFMG)
Marilécia Oliveira Santos (UNEB)
O debate que vem sendo travado por professores sobre a pesquisa na educação básica é bastante rico. A proposta de educar pela pesquisa busca tornar o espaço escolar num ambiente em que privilegie o estímulo para a investigação científica, substituindo a reprodução acrítica do conhecimento. No ensino de História, embora ainda identifiquemos o uso de fontes históricas como prova do assunto abordado por alguns professores, muitos são os profissionais que se empenham em discutir e problematizar os documentos com seus alunos com propósitos distintos. Alguns se empenham em fazer com que os estudantes conheçam o métier do ofício do historiador acessando sua metodologia de trabalho, deixando entrever como o historiador acessa e trabalha as informações do passado estudado. Outros se valem das fontes em sala de aula destacando seu potencial para despertar a consciência de sujeitos históricos capazes de transformar a realidade. A proposta deste grupo de reflexão é discutir o uso de fontes pelos professores e pesquisadores em sua diversidade de suportes e metodologias, tais quais jornais, fotografias, pinturas, literatura, música, monumentos, relatos orais, diários, fontes digitais, dentre outras. Acolheremos registros de experiências distintas e que revelem o esforço de estimular as atividades intelectualmente desafiadoras dos estudantes nas aulas de História na educação básica.
GRD 7 |
Os usos políticos do passado: desafios para o ensino e a pesquisa em história
Cleusa Teixeira de Sousa (EB/GO)
Gilberto Cézar de Noronha (UFU)
Este Grupo de Reflexão Docente pretende reunir trabalhos frutos de pesquisas e experiências didáticas que exploram fontes, temáticas e abordagens teórico-metodológicas diversas que discutam o ensino da história e a historiografia interessada na problemática da memória, nas relações de poder/submissão/subversão dos usos políticos do passado; a gestão dos sentimentos e das paixões sociais; a construção de racionalidades, os afetos e sensibilidades, a alteridade e as subjetividades envolvidas no ato de lembrar e esquecer; questões epistemológicas relacionadas às tênues fronteiras entre memória e história, suas linguagens e dispositivos diversos que não se reduzem às narrativas historiográficas mobilizadas no ensino e na escrita da história, em suas múltiplas orientações teóricas. Em tempos de revisionismos e embates políticos que disputam memórias, as questões que envolvem os usos políticos do passado irrompem cotidianamente não apenas pondo à prova o trabalho do professor/pesquisador de história nos espaços estritos de seu exercício profissional, mas reconfiguram os processos mais amplos da (re)produção do saber em novas linguagens, suportes, territorialidades e escalas do exercício do poder da narrativa sobre o passado. Continua urgente discutir as questões epistemológicas sobre as relações entre história e memória, os desafios metodológicos e políticos para o estudo dos fenômenos da memória, das funções sociais do lembrar/esquecer que podem envolver traumas, opressões, violências, resistências, comemorações, reivindicações, reelaborações do passado, com expectativas e interesses diversos. Questões urgentes no mundo contemporâneo reconfigurado pelas velhas ideologias em suas novas tecnologias quando a história, cativa da memória, ainda uma vez tem seus estatutos de verdade questionados.
GRD 8 |
Materiais didáticos e uso de tecnologias digitais para a promoção da história e cultura afro-brasileira e indígena no Brasil
Cristiane Maria Marcelo (UESPI)
Emanuela de Morais Silva (EB/CE)
O GRD visa reunir docentes e estudantes interessados em refletir sobre experiências pedagógicas exitosas de produção/aplicação de materiais didáticos e uso de tecnologias digitais para a promoção da história e cultura afro-brasileira e indígena no Brasil. O GRD acolherá pesquisas e práticas vivenciadas em diferentes contextos de história local/regional do Brasil e também em diferentes espaços de formação permitindo traçar uma cartografia de teorias e metodologias plurais para o ensino, aprendizagem e valorização do protagonismo de sujeitos indígenas e afro-brasileiros historicamente silenciados, invisibilizados e subalternizados. Neste sentido, o GRD aceitará trabalhos que reflitam sobre o processo de criação e aplicação de materiais didáticos autorais a partir do uso de diferentes fontes e linguagens, experiências com jogos e/ou atividades gamificadas produzidas e desenvolvidas no chão da escola e em espaços de formação inicial e continuada de professores como os estágios supervisionados, as disciplinas de Prática Pedagógica, o Programa de Iniciação à Docência ( PIBID), o Programa Residência Pedagógica (PRP) e o Mestrado Profissional em História (Prof-História).
GRD 9 |
Avaliação no ensino de História: entre tradições e traduções docentes e discentes
Adriana Soares Ralejo (UFABC)
Hsteffany Pereira Muniz Araújo (EB/RR)
Marcus Leonardo Bomfim Martins (UFJF)
A tomada de decisão sobre o que, como e para que avaliar produz implicações sobre os conhecimentos considerados importantes a serem ensinados e aprendidos e sobre como sujeitos posicionados como docentes e discentes se relacionam com eles (Martins, 2020). O/a professor/a de História é sujeito detentor de saberes plurais e heterogêneos, capaz de produzir/mobilizar conhecimentos históricos e didático-pedagógicos em diálogo com o tempo e o espaço escolar do qual faz parte. Assim, sentidos de avaliação são constantemente produzidos como expressão do fazer curricular em um lugar de fronteira (Monteiro, 2007). Estudantes, em situação de avaliação na disciplina História, mobilizam não apenas os saberes históricos aprendidos no espaço escolar, mas também saberes escolares de outra ordem e saberes históricos oriundos de outros espaços. Nesse sentido, docentes e discentes transitam e negociam entre tradições e transgressões dessas tradições, ou seja, produzem traduções. Este GRD busca construir um espaço de partilha de conhecimentos e vivências potentes para a construção de sentidos de avaliação que possam contribuir para ampliar os sentidos de aprendizagem histórica para além da memorização ou do domínio do ofício do historiador. Trata-se, portanto, de um GRD voltado para pensar questões de ensino e de aprendizagem tendo a avaliação como um elemento articulador. Dessa forma, convidamos docentes e licenciandos/as a compartilharem suas experiências no âmbito da prática na Educação Básica, das vivências no estágio e em outras disciplinas “de prática”, experiências no PIBID e em Programas de Residência e pesquisas em andamento ou concluídas que interpelam essa temática.
GRD 10 |
Ensino de História e afeto: invenção, saber e imaginação
Maria Beatriz Ragon (EB/MG)
Mariana Amorim (UNIRIO)
O objetivo deste GRD é ampliar provocações reflexivas sobre a potência dos afetos no Ensino de História e a categoria sonho como um espaço possível de articulação desses afetos na aula de História. Segundo Spinoza (2008, p.23), afetos são as “afecções do corpo, pelas quais sua potência de agir é aumentada ou diminuída, estimulada ou refreada, e, ao mesmo tempo, as ideias dessas afecções”. Nesse sentido, de acordo com Spinoza, “a todo momento, somos afetados e, dependendo do tipo de encontro que experimentamos, oscilamos entre afetos alegres (que nos impulsionam) e tristes (que nos paralisam)” (Amorim; Monteiro, 2019, p. 10).
Em um contexto profundamente marcado por afetos tristes, é urgente repensar o Ensino de História como um espaço de emersão de outras possibilidades. O sonho, enquanto ato político (Mouffe, 2005), é aqui entendido como energia empreendida para a transformação, pois o sonho que realmente importa “é aquele motivado pelos outros” (Limulja, 2022), que expande horizontes para além do eu. Se os afetos orientam nossa potência de agir (Amorim; Monteiro, 2019), qual o papel da História na (re)ativação de afetos alegres, capazes de mobilizar projetos comuns? Este GRD aceitará trabalhos vinculados tanto a projetos de pesquisa quanto a relatos de experiência na Educação Básica que nos ajudem a sonhar com outras possibilidades de ensinar e aprender História.
GRD 11 |
Ensino de História, História Pública e o Mundo Digital
Cintia Benak (EB/ RJ)
Vanessa Spinosa (UFRN)
O Ensino de História é fundamental para a formação da cidadania e da consciência histórica. Ele busca interpretar contextos, relações sociais e identidades. Atualmente, enfrenta desafios significativos, com a demanda por narrativas que ressoem com o público contemporâneo. Essa busca reflete a necessidade de compreender o passado e suas implicações nas questões sociais, políticas e culturais atuais. As mídias digitais transformaram a forma como o conhecimento histórico é apreendido, tanto na escola quanto fora dela. Redes sociais, blogs e vídeos educativos oferecem uma abordagem dinâmica e interativa, aumentando o engajamento dos estudantes. Contudo, surgem desafios, como a necessidade de um letramento histórico-digital, que capacite os alunos a discernir informações confiáveis de fake news. Navegar criticamente pelas narrativas históricas online é crucial para formar sujeitos críticos. Nesse contexto, o papel do(a) professor(a) de História se torna ainda mais relevante, atuando como mediador(a) e facilitador(a). É essencial que os educadores integrem novas ferramentas em suas práticas pedagógicas, promovendo um ambiente que valorize a curiosidade, o pensamento crítico e o desenvolvimento de autonomia intelectual.
O objetivo deste grupo de reflexão docente é explorar as intersecções entre História Pública e o Ensino de História, considerando a relevância dessas áreas no contexto contemporâneo. Há o interesse sobre as narrativas históricas moldadas e consumidas pelo público atual, além de análises sobre o papel do(a) profissional de História em espaços públicos, com ênfase nas atuações escolares, como nas mídias digitais, além de explorar acerca da ética na produção e divulgação de conteúdos históricos, ressaltando a importância do letramento histórico-digital no ensino.
GRD 12 |
O Patrimônio Cultural nas aulas de História: conectando saberes, espaços e práticas
Daniela Pistorello (UNESC)
Marcelo Henrique Leite (EB/SP)
A proposta deste GRD é refletir sobre as múltiplas relações que professoras e professores de História estabelecem com o patrimônio cultural, compreendido em sua diversidade e complexidade, como um recurso epistemológico, didático e político no ensino de História. A historiografia da área evidencia que as culturas escolares integram, de forma recorrente, as interfaces entre memória e patrimônio em planejamentos de aulas, projetos interdisciplinares e experiências pedagógicas (Gil, 2021; Leite, 2017, 2024). As práticas docentes que deslocam o ensino de História para espaços de memória, como museus, centros culturais, patrimônios locais e sítios históricos, articulam diferentes temporalidades, saberes e linguagens, mobilizando múltiplas competências historiográficas e pedagógicas. Nesse sentido, iniciativas como o curso “Patrimônio Cultural” organizado pela Olimpíada Nacional em História do Brasil, em 2023, têm evidenciado a relevância da formação continuada, destacando práticas e saberes historicamente situados, acionados por docentes da educação básica no trabalho com patrimônios culturais em suas aulas. Ademais, os vários trabalhos desenvolvidos na linha de pesquisa “Saberes Históricos em Diferentes Espaços de Memória”, no âmbito do ProfHistória, demonstram o potencial do patrimônio cultural como um meio privilegiado para a problematização de conteúdos históricos, a construção de memórias sociais e a promoção de aprendizagens significativas. Tais experiências apontam para o trânsito cada vez mais intenso entre o espaço formal da escola e as instituições de memória, processo que suscita desafios e potencialidades relacionados à formação docente, à construção de saberes pedagógicos e à democratização do acesso ao patrimônio cultural. Serão acolhidos estudos de caso, relatos de experiência e investigações — em andamento ou concluídas — que abordem desafios, proposições metodológicas e reflexões epistemológicas em torno da articulação entre ensino de História, memória e patrimônio cultural, considerando as práticas e saberes produzidos no trânsito entre diferentes espaços educativos.
GRD 13 |
Antirracismo e antissexismo no ensino de história
Cláudio Reginaldo Q. de Miranda (EB/GO)
Juçara da Silva Barbosa de Mello (PUC/RJ)
Rogério da Palma (UEMS)
Apesar dos reconhecidos avanços no sentido de valorizar perspectivas invisibilizadas, a história escolar permanece hegemonicamente orientada por uma perspectiva linear, eurocêntrica e reprodutivista. Prova disso é o apagamento histórico de agenciamentos diversos de mulheres, negros e indígenas no Brasil. O enfrentamento da desigualdade, tão profundamente arraigada em nossa sociedade, requer, além da atenção ao processo de formação do grande abismo que separa ricos e pobres visando o seu combate, o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural que nos constitui. Isso implica no enfrentamento do preconceito e da discriminação de gênero e raça no processo de construção do conhecimento histórico escolar. Uma educação antirracista e antissexista, por meio do ensino de história, visa à reconfiguração de uma memória histórica coletiva que atribui lugares de subalternidade a negros e mulheres, sobretudo às mulheres negras, pois sobre elas pesa a possibilidade de uma intersecção de preconceitos e processos discriminatórios atravessados por sua classe, por seu gênero e por sua raça. A partir desse intuito, o objetivo do presente GRD é reunir trabalhos que reflitam sobre prescrições e práticas no âmbito do Ensino de História envolvendo conceitos como os de raça, classe e gênero. Serão aceitos, portanto, trabalhos que aprofundem a construção de uma educação democrática a partir de perspectivas antirracistas e antisssexistas. Ressaltando que não privilegiamos, necessariamente, estudos realizados a partir da perspectiva interseccional e nenhum recorte temporal específico. Serão bem-vindas, também, pesquisas que envolvem o ensino de história em ambientes não escolares.
GRD 14 |
Compreensão leitora nas aulas de história: meios e modos de ler e escrever, do impresso ao digital
Adinagruber da Conceição Lima (EB/SE)
Lisiane Sias Manke (UFPel)
Este GRD se propõe a problematizar sob diferentes perspectivas a seguinte questão: o que, de que modo e com que objetivo se lê e se escreve nas aulas de história da Educação Básica? Em um cenário no qual os modos de acesso e as formas de construção dos saberes históricos estão sendo alterados pela cultura digital, propomo-nos a problematizar o currículo formal e o real, presente nos planejamentos docentes, nos cadernos escolares, nos usos dos livros didáticos e nos materiais digitais, ou seja, nas práticas cotidianas que envolvam a oralidade, o ler, o escrever e o interpretar, protagonizado nas aulas de história por docentes e estudantes. Assim, convidamos a apresentação de comunicações que contemplem: 1) investigações sobre as práticas de escrita que considerem suas mudanças e permanências, perpassando desde as produções manuscritas às digitais, expressas nos diversos espaços gráficos existentes nas escolas (cadernos, fichários, lousa, cartazes, slides, redes sociais, muros, entre outros); 2) investigações que discutam as estratégias utilizadas por professores/as e estudantes para desenvolver a leitura e a interpretação histórica em um contexto de hibridização das culturas, impressa e digital, tais como a leitura oral, silenciosa, compartilhada, mediada, em suporte impresso ou digital, entre outros; 3) investigações que mapeiem a circulação e a apropriação das narrativas históricas que circulam nas aulas de história em variados suportes textuais: livros didáticos, fotocópias, documentos históricos, livros de literatura, cartas, notícias da web, redes sociais, entre outros. Espera-se, portanto, que o grupo permita refletir sobre elementos do processo vivo e dinâmico que constitui a prática docente, frente aos procedimentos de ensino e aprendizagem da disciplina escolar de história, na interlocução com os meios e os modos de ler e escrever da atualidade que contribuem para formação de determinada cultura histórica.
GRD 15 |
Entre tempos e territórios: ensinar história para crianças na escola
Karina Jacob Monteiro (EB/SP)
Sandra Regina Ferreira de Oliveira (UEL)
Este Grupo de Reflexão Docente propõe-se como um espaço de diálogo sobre os desafios e as potências do ensino de História para crianças na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com especial atenção à escola como território de saberes, memórias e vivências. Interessa-nos especialmente a perspectiva da escola como território formativo e cultural, articulada à ideia da cidade como lugar de experiências históricas. A proposta convida pessoas interessadas a compartilharem práticas, pesquisa, experiências e reflexões que envolvam a relação entre memória e história, a percepção infantil sobre o patrimônio histórico e cultural, a construção da noção de tempo na infância, os modos como as crianças aprendem a situar-se no mundo, as estratégias didáticas, a interdisciplinaridade, o papel da/o pedagoga/a, a relação entre o ensino de História nos Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino Fundamental e as interfaces do Ensino de História com a leitura e escrita, bem como abordagens sobre o ensinar e aprender História a partir das vivências escolares e dos territórios nos quais as crianças estão inseridas.
GRD 16 |
Experiências e Pesquisas em Didática da História: abordagens e perspectivas
Patrícia Maria Jesus da Silva (EB/GO)
Roberta Duarte da Silva (EB/PE)
Wilian Junior Bonete (UFPEL/RS)
No Brasil, ao longo das últimas duas décadas, o campo investigativo do ensino de História tem passado por transformações significativas e cada vez mais agrega um leque variado de trabalhos que procuram analisar a produção do conhecimento histórico escolar em suas múltiplas dimensões e relações com a cultura histórica e a cultura escolar. A Didática da História é uma das áreas que tem se estabelecido nos diferentes meios acadêmicos, seja na graduação como disciplina, seja nos programas de pós-graduação, e suscitado debates sobre seus fundamentos e potencialidades em torno da realização de projetos e trabalhos como foco na aprendizagem histórica. Em diferentes países, a Didática da História apresenta-se como uma área fértil para pesquisas.
Nessa direção, o presente Grupo de Reflexão Docente visa acolher trabalhos produzidos por diferentes historiadores-docentes ligados à Didática da História e ao Ensino de História, constituindo-se em um espaço plural para reflexão sobre suas experiências escolares, temas e questões de ordem teórico-metodológicas, bem como os desafios que se apresentam no tempo presente. Este GRD se propõe, assim, a ser um espaço de acolhimento e discussão de experiências de ensino, pesquisa e extensão, que articulem os estudos da Didática da História a diversas temáticas, tais como Teoria da História, Historiografia, História Pública e os usos públicos do passado, História Digital e a cultura digital, Memória, Patrimônio, enfrentamento ao negacionismo histórico e científico, relações étnico-raciais, humanismo, direitos humanos, dentre outros. Ao integrar essas temáticas, este GRD reafirma seu compromisso com uma abordagem crítica e plural no campo da Didática da História, buscando ampliar os horizontes de pesquisas e práticas na formação de professores e na produção de saberes históricos.
GRD 17 |
Cultura Visual e Uso da Imagem no Ensino de História
Cristina Meneguello (UNICAMP)
Tiago da Silva Coelho (EB/IFSC)
Este Grupo de Reflexão Docente propõe discutir as contribuições da cultura visual para o ensino de História, explorando o uso crítico de imagens como fontes, documentos, disparadoras de atividades e estratégias pedagógicas em espaços de ensino. A partir de referenciais teóricos da cultura visual e da história da arte, propõe-se uma reflexão sobre como diferentes tipos de imagens – artes plásticas, fotografia, propaganda, cartazes, mapas, memes, quadrinhos, grafites, produções audiovisuais e até mesmo as imagens digitais – podem ser mobilizados para ampliar o repertório imagético dos alunos e auxiliá-los na interpretação e problematização do universo visual. Ainda, sobre as possibilidades de uso de imagens no Ensino de História, para além da ilustração e da exemplificação, o GRD abordará também os riscos da naturalização e/ou da manipulação das imagens e os desafios da interpretação e contextualização histórica de representações visuais.
GRD 18 |
Autoria docente e cultura escolar: saberes, práticas e materiais
Ana Maria Monteiro (UFRJ)
Elaine Lourenço (UNIFESP)
Raquel Damasceno Martins dos Santos (EB/MG)
Ao voltamos nossas atenções para o ambiente escolar, podemos perceber um conjunto de práticas, de valores, de rituais, de comportamentos que se repetem ao longo do tempo. Tais regularidades podem ser investigadas como constituintes do que vários autores denominaram de cultura escolar. Este é um conceito importante, que nos permite refletir sobre as práticas cotidianas da escola e compreender mais amplamente as escolhas e opções que os docentes realizam em cada situação escolar. É por meio da cultura escolar que os docentes se relacionam com os currículos propostos, sobretudo nos momentos de novas propostas, quando o confronto entre as práticas instituídas e as novas propostas determina se o novo vai se estabelecer e em que condições isso se dará. Assim, este grupo de discussão tem como foco debater/discutir a atuação dos docentes de História do ponto de vista da cultura escolar, considerando a mobilização de saberes, práticas, materiais no desenvolvimento curricular. Frente aos desafios da educação contemporânea, o que se pretende debater são projetos, experiências, trabalho com as novas tecnologias, a fim de compreender as diferentes realidades das aulas de História e da atuação profissional. As mudanças na cultura escolar frente ao ingresso de um novo público, outrora excluído, também fazem parte das preocupações deste GRD, bem como os novos desafios impostos pelo uso de novas tecnologias - plataformas - que buscam apoiar/controlar o trabalho docente.
GRD 19 |
Políticas educacionais e ensino de história: reformas, currículo e práticas pedagógicas
Henrique Safady Maffei (EBRS)
Maria Auriene Cardoso (EB - CE)
Sandra Regina Mendes (UNEB)
O Grupo de Reflexão Docente (GRD) “Políticas Educacionais e Ensino de História: reformas, currículo e práticas pedagógicas” pretende reunir estudos que problematizam questões referentes às políticas educacionais na Educação Básica, em suas múltiplas dimensões. Pretende-se agregar trabalhos ocupados com a compreensão do ensino de História frente às Políticas Educacionais em andamento no Brasil, em especial a BNCC e a Reforma do Ensino Médio, associadas à categorias como: Formação Docente, Currículo, Reforma, Avaliação, Práticas Pedagógicas, Memória/História da Educação e Material Didático, dentre outros. Estudos que tangenciam o conhecimento histórico no ensino Médio são esperados, em especial, referentes às experiências desenvolvidas junto aos itinerários formativos. Embora essas categorias tragam especificidades teóricas e metodológicas, entrecruzam-se para ampliar a análise sobre as reformas em implementação na Educação Básica com impactos significativos para o ensino de História. Espera-se além disso, proporcionar um espaço de troca de reflexões e experiências de enfrentamento às políticas neoliberais que têm orientado a educação brasileira, sobretudo, a partir da década de 1990.
GRD 20 |
O status quaestionis do ensino de História Medieval na terceira década do século XXI: perspectivas e desafios da formação de professores e da atuação profissional
Douglas Mota Xavier de Lima (UFOPA)
Luciano José Vianna (UPE)
Victor Mariano Camacho (EB/RJ)
Desde as décadas de 1980 e 1990, acompanha-se o crescimento significativo da área de História Medieval no Brasil, com a formação de mestres e doutores, com publicações na área e com a inserção dos profissionais em diferentes regiões do país (Amaral, 2019). Nesse período, ao passo que as pesquisas têm se esforçado por superar as resistências e os desafios ainda impostos aos estudos medievais, elas também ressaltam a necessidade de as investigações conciliarem a erudição alcançada pelo meio acadêmico com uma inserção social mais efetiva (Almeida, 2017). Nessa via, a Educação Básica é um dos principais espaços para tal inserção e, a despeito disso, nos últimos anos, sobretudo a partir da publicação da primeira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2015 (Lima, 2019), a área de História Medieval tem buscado demonstrar a relevância da Idade Média para o ensino de história no Brasil, ampliando exponencialmente as discussões sobre o Medievo ensinado, tanto em termos de abordagens pedagógicas e de formação de professores, quanto no que se refere aos recursos disponíveis para o ambiente escolar (Vianna, 2021). Destarte, este Grupo de Reflexão Docente (GRD) propõe ser espaço para discussões relativas à formação docente e à atuação em sala de aula relacionadas à História Medieval, explorando desde questões normativas (como a BNCC e os currículos estaduais e municipais) até as abordagens pedagógicas e os recursos de ensino de aprendizagem (incluindo a extensão universitária) (Duarte, 2022), assim como os aspectos convencionais (como os livros didáticos) e os alternativos (como os jogos e os dispositivos digitais) (Vianna, 2023), para, então, refletir sobre os caminhos possíveis de contato e diálogo entre tais cenários, a partir de uma aproximação entre universidade, sociedade o âmbito escolar.
GRD 21 |
Reflexões contemporâneas sobre a formação docente e o ensino de história: políticas, materiais didáticos e tecnologias digitais
Rívea Natchia de Paula Leal (EB/MT)
Valéria Filgueiras (UFR)
Yomara Feitosa Caetano de Oliveira (UESPI)
Vivencia-se, na contemporaneidade, um contexto particularmente complexo e sensível no que concerne às discussões acerca do Ensino de História no Brasil. Tais debates adquirem centralidade, seja pela formulação de um currículo nacional que busca estabelecer referenciais comuns para a atuação docente — como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) —, seja pela emergência de grupos que advogam por diretrizes pretensamente isentas de ideologias (BITTENCOURT, 2011; REZNIK, 2020). Nesse cenário, são reiteradas questões fundamentais vinculadas à História Ensinada, sobretudo no que tange à formação inicial e continuada de professores, à produção e apropriação de materiais didáticos, bem como às possibilidades e desafios implicados na utilização das tecnologias digitais no âmbito educativo (MONTEIRO, 2018; SCHMIDT; CAIMI; GARCIA, 2017). O Grupo de Reflexão Docente (GRD) propõe-se a constituir-se como um espaço de interlocução e socialização de investigações e práticas relacionadas à formação docente, à elaboração de materiais didáticos e à integração de tecnologias digitais no Ensino de História. Busca-se congregar contribuições diversas, oriundas de múltiplos referenciais teórico-metodológicos, que problematizem e aprofundem a compreensão sobre tais temáticas, acolhendo práticas pedagógicas, vivências em estágios curriculares, experiências no PIBID e na Residência Pedagógica, bem como pesquisas em andamento ou concluídas.
GRD 22 |
Ensino de História e Anos Iniciais: desafios e possibilidades entre História e Pedagogia
Adriana Angelita da Conceição (UFSC)
Flávia Preto de Godoy Oliveira (EB/IFSP)
Como ensinar História para as crianças? Mas, as crianças aprendem História? Quais os lugares (não lugares) do Ensino de História na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? A quem cabe o Ensino de História para crianças: aos pedagogas/os e/ou professoras/es de História? Pedagogas e Pedagogos lecionam História? Essas são algumas das reflexões que o Grupo de Reflexão Docente “Ensino de História e Anos Iniciais: desafios e possibilidades entre História e Pedagogia” pretende colocar em pauta. Nosso objetivo será criar e fomentar um espaço profícuo de debate, no qual seja possível sinalizar o que vem sendo feito, em meio aos desafios e às possibilidades, no campo do Ensino de História, no que se refere planejar e ensinar para a infância, seja na Educação Infantil e/ou nos Anos Iniciais, questões que dizem respeito ao saber histórico em diálogo com a área da Pedagogia.
GRD 23 |
Ensino de História, Formação de professores e Perspectivas Antirracistas
Júlio César da Rosa (EB/IFSC)
Karla Leandro Rascke (UNIFESSPA)
A presente proposta de Grupo de Reflexão Docente procura aglutinar trabalhos que resultem de reflexões e/ou experiências, saberes e fazeres do Ensino de História na Educação Básica, em perspectivas antirracistas. Intentamos congregar aqui diferentes discussões que permitam compreender o Ensino de História, a formação continuada e inicial de professores de História e as perspectivas antirracistas que permeiam, ou não, atualmente, as propostas, as legislações, os avanços e os desafios que perpassam educar de forma antirracista, além de aprender e ensinar em perspectivas antirracistas. Serão bem-vindos trabalhos que versem sobre práticas culturais, sociais, estéticas e políticas; religiosidades; comunidades remanescentes de quilombos; biografias e protagonismos; movimentos sociais e políticos; racismo e antirracismo; experiências de organizações negras; educação e luta política; intersecções raça, gênero e classe; etc., num diálogo com o Ensino de História e a formação de professores em perspectivas antirracistas.
Interessa-nos promover um espaço de diálogo que permita a reflexão sobre pressupostos teórico-metodológicos; abordagens e estratégias de ensino para a sala de aula; práticas e ações que valorizem a diversidade racial, perpassada ou não, por dimensões de gênero e classe; perspectivas que problematizam visões de mundo hegemônicas; e inserção de epistemologias extra-ocidentais no ambiente de sala de aula.
GRD 24 |
O Ensino de História e o Protagonismo Discente na Produção de Narrativas Históricas
Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante Ribeiro (PUC/GO)
Amanda Cristina Amorim Silva Neves (EB-TO)
Gleison Peralta Peres (EB/MT)
Esta proposta visa refletir e problematizar a produção de narrativas históricas desenvolvidas por discentes na Educação Básica. As discussões são referenciadas em leituras que abordam a realidade de grupos marginalizados, como pessoas trans, negras, indígenas, com deficiência, pobres e periféricas. Propõe-se pensar novas narrativas que podem surgir quando esses alunos/as têm acesso a essas leituras e como essas narrativas se configuram em produções autorais. O foco é o protagonismo discente na criação de novos saberes e narrativas, utilizando outros formatos e linguagens. A ideia é reconhecer a importância de metodologias que coloquem os/as alunos/as no centro do processo de escrita e produção de conhecimento, uma prática que se mostra cada vez mais necessária em um contexto educacional que busca a inclusão e a pluralidade de vozes, inserindo-se numa perspectiva das metodologias ativas na educação. Apesar de haver rica produção que incentiva a escrita discente em algumas escolas, esses trabalhos costumam permanecer restritos ao ambiente escolar, sem o devido reconhecimento.
A proposição desse Grupo de Reflexão Docente (GDR) é fazer escuta dessas práticas, trazendo à tona a importância de publicizar, problematizar e politizar as produções dos alunos/as, numa perspectiva que pode ser lida como da História Pública. Ao trazer essa proposta para o espaço do XIV Perspectivas do Ensino de História, convidamos professores/as que estão desenvolvendo experiências diferenciadas a refletirem sobre práticas pedagógicas que rompem com o modelo tradicional de ensino. O objetivo é discutir como o protagonismo dos discentes pode transformar o ensino de história, além de valorizar essas produções como práticas formativas e de resistência, e pensar a própria atuação docente.
GRD 25 |
História como instrumento de emancipação: práticas e desafios do ensino sob a perspectiva marxista
Faustino Teatino Cavalcante Neto (UFCG)
Dione Pereira Barbosa (EB/PE)
O Grupo de Reflexão Docente (GRD) “História como Instrumento de Emancipação” nasce da intenção de reunir professores e professoras comprometidos com um ensino de História que vá além da simples transmissão de conteúdos programáticos. Inspirado pelo pensamento marxista, o GRD propõe a criação de um espaço para o compartilhamento de práticas que concebem a sala de aula como lugar de luta, crítica e transformação social. Nosso objetivo é fortalecer o diálogo entre teoria e prática, articulando a análise crítica das contradições sociais com experiências concretas de ensino. Propomos refletir sobre os desafios enfrentados no cotidiano docente, buscando construir uma prática pedagógica comprometida com a superação das desigualdades e a emancipação dos sujeitos. Nesse sentido, promovemos um espaço de debate teórico-metodológico, troca de experiências, relatos de práticas docentes e compartilhamento de vivências alinhadas a essa perspectiva crítica e transformadora.
GRD 26 |
Memórias Conectadas: Patrimônio, Ancestralidade Indígena e Redes Sociais no Ensino de História
Cleicimar Aniceto de Souza (EB/RR)
Taís Temporim de Almeida (UFF/RJ)
A presente proposta subsidia uma abordagem reflexiva que possibilita a integração das temáticas de patrimônio, ancestralidade indígena e redes sociais no que se refere ao ensino e a aprendizagem da história, fazendo com que haja a compreensão da importância da conexão entre a História local e as memórias coletivas na produção de saberes em sala de aula. Isso porque, o patrimônio cultural material e imaterial, a ancestralidade indígena e as redes sociais podem ser ferramentas potentes para a construção de um ensino de História mais significativo para os estudantes. Especialmente em tempos de reconfiguração das prescrições curriculares, das práticas pedagógicas e de notável expansão do uso das redes sociais como espaço de produção de conhecimento, tornando urgente refletir acerca da História ensinada nas escolas, cotejando-a mediante tessituras que podem tornar mais crível o diálogo estabelecido entre as temáticas patrimoniais, de ancestralidade indígena e linguagens contemporâneas. Foi a partir da possibilidade de estimular a interligação entre as mídias sociais e a História local contada a partir dos patrimônios e da ancestralidade indígena, portanto, que surgiu a proposição deste grupo de reflexão.
A crescente presença de tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) no cotidiano escolar tem provocado transformações significativas nas práticas de ensino, nas formas de produção e circulação dos saberes históricos, bem como no contato com materiais didáticos presentes nesse meio. Nesse interim, assoma-se, ao mesmo tempo, a estratégias de valorização das memórias coletivas, dos patrimônios culturais e das ancestralidades – consolidadas como pauta urgente no campo do Ensino de História em diversas regiões do país. Nesse contexto, o Grupo de Reflexão Docente propõe-se a construir vieses de partilha e formação a professores-pesquisadores, estudantes de graduação ou pós-graduação e demais interessados em debater práticas pedagógicas que articulem memória, patrimônio e redes sociais na dimensão que intersecciona currículo, trabalho educativo e processos de ensino e aprendizagem histórica. A partir das trocas de vivências experiências de seus inscritos, o grupo se compõe face a espaços dialogais às muitas realidades brasileiras, reconhecendo a diversidade cultural e territorial como uma riqueza para o Ensino de História na perspectiva que vimos tratando. Não obstante, o GRD fomenta reflexões sobre metodologias decoloniais, práxis docentes, currículo, materiais didáticos, usos pedagógicos de redes sociais, estratégias de valorização de saberes locais e ancestralidade no ambiente escolar contemporâneo mediados pelas TDICS.